Continua a parecer estranho, para alguns analistas políticos, que Rui Rio, líder do PSD, diga que o partido não é de direita.
Pondo de parte que essa classificação é totalmente desadequada e ocultista, convém lembrar que PSD quer dizer Partido Social Democrata; Será de esperar que este partido seja outra coisa que não “Social-Democrata”?
Ser “Social-Democrata” não significa ser socialista, nem significa ser liberal; é estar no meio, exactamente aí, onde está a virtude.
Os estratégias dizem que o PSD tem que ir mais para a direita, porque é aí que está “o seu espaço natural” e é aí que se estão a formar radicalismos que precisam de ser combatidos. Não é. O PSD deve ficar exactamente no meio, mesmo que, aparentemente esse espaço esteja já ocupado.
Há mil razões para o PSD dever ficar no centro, não só porque é essa a política certa, mas porque é essa a sua matriz e, ao contrário do que podem dizer analistas, opinadores ou outros actores políticos, não deveriam ser as sondagens a decidir programas. Os partidos devem ter programas e ideologias coerentes, mesmo que isso implique perder eleições, porque se os partidos servem apenas para chegar ao poder, mesmo que sem noção do que fazer com esse poder, então não servem para nada.